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sábado, 5 de março de 2011

Admissão e Alta da SRPA


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A assistência de enfermagem na SRPA inicia com a admissão do paciente neste setor. Segundo a RESOLUÇÃO CFM N° 1.802/2006, o transporte do paciente da sala de cirurgia para a SRPA deve ser realizado de forma segura evitando possíveis complicações, devendo ser realizado pelo anestesiologista e um membro da equipe de enfermagem com, se necessário, suplementação de oxigênio e oximetria de pulso. (40)
Este período é considerado crítico, pois os pacientes podem estar inconscientes, entorpecidos e com diminuição dos reflexos necessitando de uma assistência de enfermagem e médica especializada.
Para esta assistência é necessário a utilização de materiais e equipamentos, assim como uma assistência voltada para a individualidade de cada paciente, desde a admissão até a alta da unidade. (45)
A avaliação do paciente no período pós-operatório ao ser admitido na SRPA inicia com a adequada verificação das vias aéreas e circulatórias. (41)
As vias aéreas são examinadas quanto à permeabilidade, oferecendo oxigênio umidificado se for necessário e a observação do ciclo respiratório. Deve instalar o oxímetro de pulso para verificação de saturação de oxigênio e pulso periférico, além do monitor cardíaco para verificar a freqüência e o ritmo cardíaco. (41)
Entre os cuidados pós-anestésicos prestados ao paciente incluem avaliações freqüentes, intervenções, e acompanhamento das funções respiratórias e cardiovasculares, estado de hidratação, funções neuromusculares, estado mental, náuseas e vômitos, drenagem e sangramento, e débito urinário. (17)
O enfermeiro do centro cirúrgico deve comunicar com antecedência a equipe da SRPA às condições do paciente e se será necessário a utilização de equipamentos, como, ventilador mecânico garantindo a qualidade da assistência a ser prestada.
A American Society of PeriAnesthesia Nurses (ASPAN)(41) recomenda que o registro de enfermagem referente ao período pré e trans-operatório contenha as seguintes informações:
  1. Informações pré-operatórias relevantes como sinais vitais, achados radiológicos, resultados de exames laboratoriais, saturação de oxigênio, alergias, efeito das medicações pré-operatórias, deficiências, uso abusivo de drogas, limitação da mobilidade e uso de próteses. No paciente pediátrico deve-se informar: história de nascimento, etapa de desenvolvimento e interação pais-filho;
  2. Técnicas anestésicas e agentes administrados;
  3. Duração da anestesia e horário que os agentes de reversão foram administrados;
  4. Tipo de cirurgia ou procedimento invasivo realizado;
  5. Perda hídrica ou sanguínea estimada e tratamento de reposição;
  6. Complicações ocorridas durante a anestesia, tratamento e resposta do paciente;
  7. Estado emocional do paciente à chegada ao centro cirúrgico ou sala de procedimento.
Todos estes dados são importantes para que o enfermeiro sistematize a assistência prestada a estes pacientes quando são admitidos na SRPA evitando complicações. Desta forma, o registro correto em um instrumento específico dos parâmetros clínicos do paciente em recuperação pós-anestésico e cirúrgico é a melhor forma para subsidiar o planejamento da assistência de enfermagem na SRPA.
Este registro está inserido nas etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatório que, desde 2000, é obrigatório no Estado de São Paulo de acordo com a Decisão COREN-SP/DIR/008/99. Porém, existem diversos relatos de dificuldade das instituições hospitalares em implantá-lo.
A obrigatoriedade legal da inserção do processo de enfermagem neste tipo de paciente coincide com a seriedade com que o mesmo deve ser avaliado. Paciente em estado crítico, em pós-procedimento anestésico e cirúrgico, motivo pelo qual a equipe de enfermagem necessita dispor de informações corretas e pertinentes ao período perioperatório e, mais especificamente, da assistência de enfermagem prestada ao paciente na SRPA. (37)
Atzingen , Schmidt e Nonino (2008) propuseram um instrumento para a avaliação do paciente em pós-operatório imediato na SRPA devido a necessidade de intervenção precoce, visando diminuir a incidência de complicações neste período, seguindo a mesma lógica do ABCDE do Trauma. (3)
Outro instrumento de registro para avaliação do paciente na SRPA foi desenvolvido e validado por Cunha e Peniche (2007) quanto ao conteúdo e forma de apresentação. Porém, as mesmas autoras sugerem que seja realizada adequação de acordo com o tipo de instituição e do paciente atendido no centro cirúrgico. (12)
Outras informações como ASA, condição das vias aéreas, presença de sondas, drenos e cateteres; acessos venosos também devem ser registrados no prontuário do paciente. (41)
Este período requer avaliação e assistência constante devido a maior vulnerabilidade e instabilidade em decorrência das drogas anestésicas e do procedimento cirúrgico. Esta avaliação oferece informações para o planejamento e a implementação da assistência de forma segura e eficaz. Compete ao enfermeiro considerar os seguintes fatores de risco existentes: (45)
  1. Riscos cirúrgicos: extensão do trauma residual e suas alterações neuroendócrinas, sangramento cirúrgico, potencial de dor pós-operatória e alteração de sinais vitais em decorrência do tipo e tempo cirúrgico.
  2. Riscos anestésicos: drogas pré-anestésicas e anestésicas utilizadas, potencial de depressão respiratória, tipo de anestesia administrada, dose empregada, tempo de ação dos fármacos e interação com outras drogas.
  3. Riscos individuais: estado emocional, idade, estado nutricional e doenças associadas.
Em relação ao estado emocional, a identificação de sentimentos e necessidades dos pacientes no período pós-operatório imediato proporciona uma reflexão sobre a forma de atuação da equipe de enfermagem na SRPA e a implantação de estratégias que facilitem o relacionamento enfermeiro-paciente, o ensino dos procedimentos anestésico-cirúrgicos que são fundamentais para a diminuição do medo e ansiedade e a obtenção de informações essenciais. (42)
Foi realizada uma pesquisa de Panossian et al (2008), cujo objetivo era avaliar a associação entre o uso da manta térmica no intra-operatório de pacientes submetidos à prostatectomia radical e o tempo de permanência na SRPA. Eles constataram que houve diferença estatística significativa na média de tempo de permanência na recuperação pós-anestésica entre os grupos estudados, sendo maior nos pacientes em que a manta térmica não foi utilizada no período intra-operatório, ou seja, aqueles pacientes que utilizaram a manta térmica durante o intra-operatório permaneceram na SRPA em média 139,66 minutos e os que não utilizaram a manta térmica permaneceram na SRPA 208,28 minutos. (31)
Na tabela Nº.3 é descrito quais as condutas a serem realizadas na avaliação inicial de um paciente admitido na SRPA.
O exame físico também deve ser realizado na avaliação do paciente e deve contemplar a inspeção, ausculta, palpação e percussão junto como levantamento de dados sobre o estado de saúde do indivíduo e o registro das anormalidades encontradas. (45)
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Em relação a frequência das avaliações é recomendado que durante a permanência do paciente na SRPA, a sua avaliação seja a cada 15 minutos na primeira hora, caso se apresente estável, a cada 30 minutos na segunda hora e a após, de hora em hora. Esta freqüência varia de acordo com a situação do paciente podendo ter intervalos menores do que o recomendado. (9)
São utilizadas escalas para facilitar esta avaliação do estado fisiológico dos pacientes submetidos ao procedimento anestésico-cirúrgico.
Para Peniche (1998) é necessário adicionar aos métodos de avaliação já existentes a construção de padrões e critérios de avaliação da assistência prestada em sala de recuperação anestésica ao paciente, bem como a validação dos mesmos, pois cada SRA precisa desenvolver seus próprios padrões e critérios consonantes com os objetivos da instituição. (33)
Entre estas escalas estão:

1. Índice de Aldrete e Kroulik
Desde 1970 que existe a preocupação com o paciente no período pós-anestésico, quando Aldrete e Kroulik, inspirados na escala de Apgar para o recém-nascido, propuseram um método de avaliação das condições fisiológicas dos pacientes submetidos a procedimento anestésico. (45,19)
Atualmente o Índice de Aldrete e Kroulik é o critério mais utilizado para avaliação do paciente em pós-operatório na SRPA. (3)
Este índice baseia-se na avaliação dos sistemas cardiovascular, respiratório, nervoso central e muscular. Cada resposta referente a cada item corresponde a uma pontuação que varia de 0 a 2 pontos. Após a avaliação de cada item, somam-se os escores, obtendo-se um escore total que significa alta ou permanência do paciente na SRPA. Desta forma, a máxima pontuação é de 10 pontos e o paciente estará apto para receber alta da SRPA quando atingir pontuação igual ou superior a oito pontos (9) . Isto é, o paciente deve estar acordado, responsivo, eupnéico, movimentando os quatro membros e com os sinais vitais estabilizados.
Abaixo está a escala do Índice de Aldrete e Kroulik:
Maneiras de como deve ser avaliado os parâmetros de acordo com o índice de Aldrete e Kroulik: (45)
    - Respiração – Deve-se verificar a freqüência respiratória e a verificação da expansibilidade torácica por um minuto. - Pressão arterial (circulação) – Retrata, de forma simples, a atividade do sistema cardiovascular. Porém, a técnica exige treinamento da equipe em relação aos sons produzidos pela pressão sistólica e diastólica e aos manguitos apropriados para pessoas obesas, magras e crianças. - Oximetria de pulso (saturação de oxigênio) – Os oxímetros de pulso medem a saturação da hemoglobina baseando-se na pulsação do sangue arterial, pois emitem uma onda luminosa com um comprimento ligeiramente aumentado e no uso de dois comprimentos de onda. Portanto, no ar ambiente, a saturação de oxigênio de uma pessoa saudável e jovem deve ser de 98% a 100% e em idoso abaixo de 90%, já os fumantes ou portadores de doenças pulmonares abaixo de 80%. (11) - Atividade muscular – Avaliação é através da movimentação voluntária do paciente no leito. Este parâmetro é importante quando o indivíduo é submetido a uma anestesia regional incluindo a anestesia espinhal, epidural, caudal e os bloqueios de grandes nervos periféricos em que o mesmo perde temporariamente a sensibilidade térmica, táctil, dor e motilidade. (11) - Nível de consciência – Deve-se chamar o paciente pelo nome estimulando-o e avaliando alteração do nível de consciência,pois neste período, a consciência sofre alteração decorrente da ação e natureza do anestésico. (11)
2. Índice de Steward
Este índice utiliza apenas três itens sendo mais fácil sua utilização em pediatria tendo como objetivo de verificar os estágios de recuperação de crianças submetidas a procedimentos sob anestesia geral, pontuando os itens acima de zero a dois (11). O escore máximo possível para o índice de Steward é 6.
De acordo com a American Perioperative Room Nurses (43) os cuidados pós-operatórios, a monitorização e os critérios de alta devem ser consistentes para todos os pacientes. Devido a isto, o tempo de recuperação depende do tipo e da quantidade da sedação e/ou analgesia, do resultado do procedimento e do serviço. A avaliação pós-operatória consiste na verificação da freqüência respiratória e ritmo cardíaco, do nível de consciência, da saturação de oxigênio e da medida da pressão arterial, condições da ferida operatória, curativo, permeabilidade das vias de acesso e das drenagens e da avaliação do nível de dor do indivíduo. É de extrema importância que o enfermeiro reconheça os sinais e sintomas na prevenção e no impedimento dos problemas no pós-operatório. Desta forma, é importante que o enfermeiro ponha em prática a sistematização da assistência de enfermagem fazendo o histórico, diagnóstico, planejamento, intervindo e avaliando a resposta do paciente.
De acordo com o Padrão e Parâmetros de Prática (Aprovado pelo ASA Casa de delegados 12/10/1988, e emenda no dia 37/10/2004) o médico é responsável pela alta do paciente. Porém, deve haver consonância entre o anestesista e o enfermeiro da SRPA. Quando um escore de alta é utilizado na SRPA, este tem que ser aprovado pelo departamento de anestesiologia da instituição. A pontuação pode variar dependendo se o paciente receberá alta para o quarto do hospital, para a UTI ou para outra unidade de curto prazo ou casa. (46)
A alta também se dá através da avaliação do enfermeiro quando detecta a estabilidade das condições orgânicas do paciente, como: (45,9)
  1. Saturação de oxigênio normal;
  2. Presença de reflexos glossofaríngeos;
  3. Paciente orientado no tempo e no espaço;
  4. Ausência de sangramento ativo na ferida operatória;
  5. Ausência de retenção urinária;
  6. Inexistência de queixa álgica ou manutenção de dor sob controle;
  7. Sinais vitais estáveis;
  8. Sinais de volemia adequada, como volume urinário de 30ml/h e PA estabilizada no nível de normalidade do paciente;
  9. Ausência de náuseas e vômitos;
  10. Presença de atividade e força muscular;
  11. Presença de sensibilidade cutânea após bloqueio motor;
  12. Valor de Aldrete e Kroulik entre 8 e 10, quando utilizado no serviço.
O enfermeiro deverá avaliar se as intervenções implementadas foram eficazes durante a permanência do paciente na SRPA.

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