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sábado, 15 de janeiro de 2011

CATÁSTROFE , NO RIO

15/01/2011 14h14 - Atualizado em 15/01/2011 14h53

Mulher diz que perdeu cerca de 30 parentes e amigos em Friburgo

Viera está sem luz, água e telefone por causa da chuva na Região Serrana.
Local é de difícil acesso até para bombeiros e funcionários da prefeitura.

Liana LeiteDo G1 RJ, em Teresópolis
Dilce Ramos, de 55 anos, diz ter perdido cerca 30 parentes e amigosDilce Ramos, de 55 anos, diz ter perdido cerca
de 30 parentes e amigos (Foto: Liana Leite/G1)
O bairro ainda de difícil acesso, Vieira, em Teresópolis, está completamente destruído, sem energia elétrica, telefone ou água, ainda neste sábado (15 ). A moradora Dilce Ramos, de 55 anos, não consegue esconder o desespero por ter perdido cerca de 30 pessoas da família, em Nova Friburgo, também na Região Serrana do Rio.

“Eu não sei ao certo quantas pessoas morreram, mas foram mais ou menos 30, entre primos, cunhados e amigos. Eu também perdi tudo, mas pelo menos estou viva”, contou a moradora, sem conseguir segurar a emoção.
Sua filha, Andréia de Oliveira, 31 anos, está trabalhando como voluntária na igreja Santa Luzia, também em Vieira. No local estão sendo recolhidos e distribuídos alimentos e donativos para as vítimas das chuvas. Uma enfermeira e um médico estão fazendo curativos e orientando os doentes que chegam à igreja.

Apesar da grande destruição, como o acesso para os bombeiros é difícil, poucos corpos foram encontrados na região. Os que são retirados dos escombros, estão sendo levados direto Teresópolis. O bairro não tem estrutura para identificar seus mortos.
Segundo moradores, os bairros do Imbiú, Campo do Coelho, Prainha, Santa Cruz, Baixada e Conselheiro Lafayette também foram bastante afetados pelas chuvas e os bombeiros ainda não conseguiram chegar aos locais.
A prefeitura de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, divulgou neste sábado, uma lista com nomes dos acidentados na cidade. Em blog, o órgão também disponibiliza um rol de abrigos do município.
Clique aqui para ver a lista dos acidentados. No site, é possível ver ainda, nas postagens mais antigas, a relação de abrigos na cidade e número de conta corrente para quem quiser ajudar as vítimas.

Família sobrevive ao escapar pelo telhado em Teresópolis

Comerciante salvou mãe cadeirante, mas perdeu loja e casa.
Dono de hotel no barro abriu local para abrigar vítimas das chuvas.

Liana LeiteDo G1 RJ, em Teresópolis
chuvas Região Serrana RJ - bairro de Vieira - TeresópolisVítima se emociona ao lembrar como família
sobreviveu (Foto: Liana Leite / G1)
Famílias inteiras, moradoras do bairro Vieira, em Teresópolis, perderam tudo na chuva que atingiu a Região Serrana do Rio na terça-feira (11). Neste sábado (15), a cozinheira Rosemeri de Freitas, 47 anos, ainda tenta tirar a lama de dentro de casa e não sabe como fará para reconstruir a vida.
Ela e mais 15 pessoas de sua família conseguiram escapar com vida pelo telhado da casa dos sogros. O rio que passa atrás das quatro casas, construídas no mesmo terreno, invadiu todos os cômodos, destruindo móveis e espalhando desespero. O bairro está sem luz, água e telefone.
“Estávamos dormindo. Minha filha de 17 anos sentou na cama, paralisada. Tive que puxá-la para conseguirmos sair com vida. A água entrou pela porta da frente e dos fundos ao mesmo tempo. Foi um desespero. Está tudo destruído. Não sei como vou reconstruir a nossa vida”, contou Rosimeri de Freitas.
carro em piscina em TeresópolisPiscina foi coberta pela lama e carro quase foi parar lá dentro (Foto: Liana Leite)
Sua irmã, Suzana Pinheiro, de 39 anos, teve que sair com o filho de 5 anos no colo. “Meus sogros são idosos e também tiveram que sair pelo telhado. Eles não queriam ir, mas não íamos sair sem os dois”, explicou a moradora de Vieira. Ela e a família estão na casa de parentes.
Mulher salva mãe cadeirante
chuvas Região Serrana RJ - bairro de Vieira - TeresópolisHotel abre as portas para desabrigados
em Teresópolis (Foto: Liana Leite / G1)
Comerciante do mesmo bairro, Rosana Freitas, de 40 anos, salvou a mãe cadeirante, na terça-feira, mas não sabe como vai reconstruir sua casa e loja. “Ainda nem tinha acabado de pagar as mercadorias. Preciso de um milagre para me reerguer agora”, disse, chorando.

O dono de um hotel do bairro, São Moritz, abriu o estabelecimento para os desabrigados. Cerca de 19 pessoas estão dormindo no salão do local. O casal de idosos Julieta e Ernesto da Silva perdeu tudo, mas não a esperança. “Vamos tentar reconstruir a vida”, disse o marido.
Desde a noite de terça-feira (11), mais de 590 pessoas morreram na Região Serrana com as chuvas que castigaram principalmente as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.
Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

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