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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

 
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM SITUAÇÃO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

RESUMO


Trata-se de uma revisão bibliográfica acerca da assistência ao paciente em situação de parada cardiorrespiratória. Foram compilados conhecimentos técnico-científicos após leitura minuciosa de livros-texto e artigos científicos publicados em periódicos, da área de Cardiologia.

Os aspectos relacionados aos recursos humanos e materiais, com descrição detalhada foram realizados na composição deste trabalho. Neste momento optou-se por este tipo de estudo monográfico, pois a produção nessa temática e no idioma português, é ainda bastante limitada.

Identificou-se a utilização do termo ressuscitação cardiopulmonar (RCP) como o mais freqüente e 2 tipos de atendimento ao paciente, RCP básico e Suporte Avançado.

Palavras-chave:
 Parada cardiorrespiratória. Assistência. Enfermagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO


1. DEFINIÇÕES DA RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
2. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM SITUAÇÃO DE PARADA CARDIOPULMONAR
3. MEDICAMENTOS
4. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

INTRODUÇÃO


O tema de Ressuscitação Cardiorrespiratória nasceu pelo interesse de conhecer e aprofundar os meus conhecimentos técnico-científicos, em como agir em situações estressantes de Urgência/ Emergência.

Os profissionais de saúde que trabalham no atendimento de situações de urgência devem ter habilidades e capacidades técnicas para atuar prontamente, um vasto conhecimento sobre as ações das drogas administradas, e mesmo sobre os procedimentos; as diversidades de ações diante de uma intercorrência, e manter atitude profissional e tranqüilidade numa situação difícil é decisivo para socorrer pessoas acidentadas.

1. DEFINIÇÕES DA RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATORIA

Embora a ressuscitação cardiorrespiratória (RCP) corresponda ao conjunto de medidas realizadas com a finalidade em promover a circulação de sangue oxigenado ao coração, cérebro e outros órgãos vitais, até que as funções cardíacas e ventilatória espontâneas sejam restabelecidas.

A taxa de sobrevivência com alta hospitalar variam de 3% a 20%. Enfrentamos problemas, pois, mesmo no melhor sistema ou hospital, os socorristas, que são treinados para salvar vidas têm insucesso e falham em realizar sua tarefa, em 4 de cada 5 tentativas.

“A RCP objetiva preservar a vida, restaurar a saúde, aliviar o sofrimento e minimizar as seqüelas. Podemos, ainda, dizer que um objetivo adicional da RCP é a reversão da” morte clínica (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1997). Cabe ressaltar que neste momento faremos uma análise de conceitos acerca de ressuscitação cardiorrespiratória (RCP) e seus tipos.

Segundo TIMERMAN; SANTOS (1998) entende-se por socorro básico ou RCP básica o conjunto de procedimentos de emergência, que podem ser executados por profissionais de saúde ou por leigos treinados.

Este consiste no reconhecimento da obstrução das vias aéreas, do reconhecimento de sinais de Parada Cardiorrespiratória e aplicação da RCP por meio da seqüência: abertura das vias aéreas, respiração boca a boca e compressão torácica externa.

O Suporte Avançado de Vida (SAV) ou socorro especializado é o conjunto de medidas que devem ser realizadas por profissionais de saúde, imediatamente no momento da intercorrência, consiste na desfibrilação elétrica, intubação endotraqueal eadministração de medicações.

A taxa de sucesso e a alta hospitalar têm sido relacionadas diretamente com pacientes, que foram atendidos rapidamente, em que as manobras básicas de RCP foram instituídas em menos de 4 minutos e as manobras de SAV foram iniciadas nos primeiros 8 minutos desde o início de PCR.

Conceito de RCP: é a interrupção súbita da atividade mecânica útil e suficiente e da respiração”.

Passemos a examinar as diferentes denominações que a PCR recebe como: Ressuscitação Cardiopulmonar, Ressuscitação Cardiorrespiratória, Reanimação Cardiorrespiratória Cerebral; todas estão corretas e consagradas, entretanto, o termo RCP (Ressuscitação Cardiorrespiratória) é o mais utilizado, sendo adotado pelo Conselho Brasileiro de RCP.

Com o aprimoramento da assistência à saúde, com especialização das técnicas e o crescimento de situações de agravo à saúde, a enfermagem cada vez mais está envolvida nesse processo, com maior responsabilidade e envolvimento na resolução dos problemas dos pacientes.

As condutas devem ser tomadas imediatamente, não se admite indecisões, pois disso depende a vida dos pacientes. Por serem tantas informações sobre Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) como técnicas, equipamentos, drogas e doses, que muitas vezes no momento da emergência, não sabemos ao certo como devemos agir.

A ressuscitação cardiopulmonar desafia os que atendem a esta situação emergencial, a tomarem decisões rapidamente com alta resolutividade, sob pressão e até mesmo em situações dramáticas.

Algumas providências são extremamente importantes como obtenção de acesso venoso, intubação orotraqueal, identificação do ritmo e administração da medicação prescrita.

Os socorristas devem reavaliar constantemente cada aspecto da tentativa de ressuscitação como a adequação da manutenção das vias aéreas; eficiência das ventilações; causa da PCR; definição do comprometimento do estado geral do paciente. É necessária constante avaliação e estar preparado em relação à evolução do paciente.

Assim, em qualquer lugar em que exerça sua atividade, o enfermeiro deve estar pronto sob todos os pontos de vista para atender uma RCP. Torna-se imprescindível que as técnicas relacionadas a RCP sejam padronizadas para se alcançar qualidade e eficiência no atendimento.

Além disso, o aperfeiçoamento e aprofundamento de conhecimentos científicos e o trabalho em equipe definem o sucesso da atividade.

A integração de esforços em uma equipe multiprofissional proporciona ao paciente uma qualidade de assistência da qual o papel do enfermeiro assume o papel de coordenador.

É função prioritária do enfermeiro prestar assistência de enfermagem ao paciente grave, com maior comprometimento, principalmente em situações de emergência.

Este papel do enfermeiro na RCP é muito mais abrangente que a simples assistência ao paciente, cabendo a este profissional a responsabilidade do provimento de materiais e treinamento da equipe.

Cabe a este profissional a orientação dos auxiliares e técnicos de enfermagem quanto ao reconhecimento precoce do problema e quais ações deverão ser tomadas.

Para tal, é preciso que profissionais de saúde envolvidos no atendimento aos pacientes façam ampla discussão e definam protocolos de atendimento de ressuscitação cardiopulmonar e estabeleça-se um canal aberto de comunicação sobre o assunto, sobretudo com familiares de pacientes que apresentam alto risco de PCR.

O trabalho do enfermeiro na ressuscitação cardiopulmonar perpassa por todas as fases de atendimento, inclusive antes na prevenção e identificação precoce de sinais e sintomas. A equipe de enfermagem coordenada pela enfermeira deve garantir condições adequadas de atendimento a situações críticas.

A previsão e provisão de necessidades e a garantia de funcionamento de materiais e equipamentos define as ações que serão realizadas durante e após um atendimento. É preciso assegurar os instrumentos básicos de trabalho e o treinamento da equipe em como utilizá-los para a obtenção de bons resultados.

A adequação de recursos materiais, humanos e treinamento continuado é função do enfermeiro, independente de sua especialidade ou unidade de trabalho em que esteja alocado para o atendimento de emergência.

A equipe de enfermagem deve ser organizada e dividida com definição de funções, de modo a escalar pelo menos três elementos de enfermagem e um enfermeiro.

O enfermeiro deve elaborar escala diária para atendimento de emergência que possam ocorrer durante seu plantão e considerar que o conhecimento prévio das atividades a serem realizadas otimiza o atendimento e diminui o estresse da equipe.

A Reestruturação ou organização da área física e a guarda dos equipamentos deve ser feita para que o acesso a esse material seja fácil.

O enfermeiro deve avaliar sua unidade quanto à presença de tomadas de energia elétrica, a disponibilidade de rede de oxigênio e vácuo, macas firmes e com travas, tábua de massagem, carro de emergência com desfibrilador, outros equipamentos e medicamentos para o atendimento de emergência, assim como, reposição de medicamentos necessária durante e após o atendimento.

O enfermeiro é responsável por elaborar uma rotina de checagem de materiais e equipamentos, datas de validade de medicamentos e de esterilização dos materiais, datas de manutenção preventiva, lacre do carro das parada, teste do desfibrilador, controle de estoque mínimo do material de ressuscitação e equipamentos de proteção individual.

O enfermeiro ocupa importante papel na equipe multiprofissional em todas asáreas de assistência. Entretanto, durante a RCP, sua atuação como líder, na tomada de decisão juntamente com a equipe de enfermagem, merece preparo técnico e educação continuada.

Espera-se do enfermeiro um controle de suas emoções durante o atendimento de um PCR, bem como na manutenção da harmonia e diminuição do estresse de sua equipe. Dessa forma, faz parte do seu treinamento impedir que a ansiedade interfira na sua capacidade de raciocínio.

A enfermeira do serviço de emergência, através da educação, treinamento e experiência, está habilitada para avaliar e identificar os problemas de assistência à saúde do paciente em situações de atendimento, de maior complexidade e de emergência.

Além disso, a enfermeira estabelece prioridades, avalia minuciosamente os pacientes, oferece suporte e apoio às famílias e supervisiona a equipe de saúde. As intervenções de enfermagem são executadas interdependentes, de acordo com a prescrição e o trabalho integrado com a equipe médica.

As prescrições de enfermagem e intervenções médicas adequadas são antecipadas com base nos dados do histórico.

As pessoas da equipe de saúde, que fazem atendimento emergencial atuam como um time, utilizando habilidades altamente técnicas e sensíveis, necessárias nos cuidados aos pacientes em situações de emergência.

Os pacientes atendidos numa emergência apresentam uma ampla variedade de problemas atuais ou potenciais. O estado do paciente pode alterar-se dinamicamente, e a coleta de dados e avaliação de enfermagem precisa ser contínua.

Assim, os diagnósticos da enfermagem devem ser atualizados conforme a condição e evolução do paciente. É essencial que todos os profissionais da equipe do serviço de emergência considerem todos os pacientes com o mesmo potencial e, portanto, necessita-se que empreguem as precauções-padrão universais no controle de infecções e minimizem a exposição.

2. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM SITUAÇÃO DE PCR (PARADA CARDIOPULMONAR)


Será caracterizado um atendimento intra-hospitalar e o paciente não apresenta traumas.

 ABCD Primário

Avaliar a responsividade da pessoa: vá próximo da pessoa, fale alto e toque –a nos membros superiores, chamando a atenção da pessoa. Chame rápido por ajuda:

Toque a campainha do quarto solicitando ajuda.
A vítima deverá estar sobre uma superfície rígida.

A) Abrir as vias aéreas: Abra a boca e verifique se há presença de sangue, secreções, objetos estranhos e vômito. Caso haja alguma obstrução, faça a Manobra de Chin Lift ou Jaw Trust.

Remova o que obstrui com um pedaço de pano ou roupa, sempre virando o paciente de lado. Cuidado, pois, mesmo inconsciente a vítima pode te morder, então enrole um pano ou pedaço de roupa nas laterais da boca, antes de tentar retirar.

B) Avaliar ausência de respiração. O socorrista deve fazer a técnica de olhar, ver e sentir: posicione-se de tal maneira que você consiga quase tocar a boca com sua orelha e verificar o movimento do tórax, verificando a expansibilidade torácica.

Confirmada ausência de ar, inicie as ventilações: se disponível insira a cânula orofaríngea, caso contrário utilize uma máscara facial de bolso de preferência com uma válvula de via única.

Mantenha a posição elevada da cabeça e aplique duas ventilações durante 2 ou 4 segundos, dê um espaço de tempo de 1 a 2 segundos para a saída de ar (expiração). Classifique corretamente se esta ação esta sendo satisfatória, que o tórax esta tendo uma expansibilidade.

Caso contrário, tente novamente as manobras para que a cabeça continue inclinada e as ventilações. Caso resposta negativa confirma-se à obstrução das vias aéreas.

C) Confirmar ausência de pulso. Verifique a presença do pulso na artéria carótida, com duração de 5 a 10 segundos, pois o pulso pode estar difícil de detectar (rápido, fraco, lento, irregular).

“Neste ponto, o socorrista confirmou uma parada cardíaca” completa “. Frente a uma vítima que está inconsciente, não responsiva, sem respiração e sem pulso, o socorrista deve realizar compressões torácicas e ventilação artificial, imediatamente”.

Inicia-se a RCP, compressão torácica e ventilações. É uma atitude de absoluta responsabilidade e deve ser feita por pessoas capacitadas, para não trazer nenhum agravo à vida da vítima.

Como realizar um RCP manual: na região torácica – sob esterno e pessoa a 90º usa-se o peso do próprio corpo, 2 dedos acima apêndice xifóide, mãos – dedos para cima só a palma no esterno.

OBS: terço inferior do osso esterno, 4 a 5 cm de rebaixamento do esterno, sobre a coluna, 30 massagens para 2 ventilações (com 1ou 2 massagistas) checar pulso carotídeo a cada 4 ciclos, manter freqüência de 100 massagens por minuto.

D) Desfibrilar FV/ TV se identificadas. Esse aparelho deve chegar juntamente com a pessoa, que foi solicitada ajuda e que está capacitada para esta função.

OBS:
 Se o socorrista não identificar uma FV dentro dos 10 minutos de colapso, a atitude de tentar desfibrilar com sucesso aproxima-se do zero. Sendo assim, a agilidade de identificar, classificar e agir dentro do ABCD primário é muito importante.

 ABCD Secundário

A) Vias aéreas:
 Estabelecer uma troca de ar efetiva. Caso a intubação estiver sendo preparada, insira uma sonda nasal ou cânula nasogástrica e pressione a cartilagem cricóide para prevenir aspiração. A intubação endotraqueal deve ser realizada por pessoas competentes para a ação; um médico, que fornecerá um controle definitivo das vias aéreas.

B) Respiração: Verifique se há expansibilidade torácica. Obtenha a confirmação de várias formas se o tubo endotraqueal está posicionado corretamente como: radiografia ausculte a região epigástrica.

C) Circulação: O primeiro local para um acesso venoso é a fossa antecubital, soluções salinas são mais baratas, possuem maior durabilidade e expandem melhor o volume extravascular.

Na via endotraqueal podem ser administradas medicações como: epinefrina, lidocaína e atropina. Sempre com a equipe multidisciplinar, principalmente o médico.

A técnica é posicionar rapidamente um “cateter através de agulha” longo (35 cm) por dentro do tubo endotraqueal, pare com as compressões torácicas, injete 2 a 2,5 vezes a dose normal da medicação através do cateter, administre, a seguir, bolus de 10 ml de solução salina através do cateter, adapte, imediatamente, a bolsa de ventilação e ventile com força 3 a 4 vezes.

Se não houver um “cateter através de agulha” disponível, é possível usar um equipo de heparina com agulha de 20 – gauge através da parede do tubo endotraqueal para administrar e aerolizar medicações durante as ventilações, esteja preparado para administrar um bolus de 20 a 30 ml de fluido IV e elevar o braço após cada medicação IV. Isto irá apressar a chegada da medicação na circulação central.

Para tanto é imprescindível o conhecimento acerca das drogas, indicações, efeitos colaterais e vias de administração.

3. MEDICAMENTOS
Adrenalina/Epinefrina

A droga mais utilizada no tratamento da PCR. Seu efeito estimulante beta - adrenérgico provoca intensa vasoconstrição periférica (arterial e venosa), aumento da pressão aórtica e da perfusão coronária e, por conseqüência, melhora do automatismo do nó sinusial, cronotropismo e inotropismo cardíaco.

Existe também a possibilidade de a epinefrina transformar a fibrilação ventricular fina em grossa (maior amplitude), o que a torna mais sensível á desfibrilação.

Dose e Administração:
Na Parada Cardiorrespiratória

 1 mg EV a cada 3 a 5 minutos seguida de bolus de 20 ml de água destilada ou SF 0,9%.
 2 a 2,5 mg diluídos em 10 ml de SF 0,9% via endotraqueal a cada 3 a 5 minutos.

Observação: a epinefrina é incompatível com soluções alcalinas (bicarbonato de sódio). O uso de doses progressivas ou altas doses em bolus não está mais recomendado pela associação ao pior prognóstico neurológico, após a recuperação da circulação espontânea. Apresentação: ampolas 1ml – 1 mg.

 Amiodarona

Teve sua eficácia comprovada quando comparada ao placebo e á lidocaína em PCR por FV/ TV sem pulso, extra-hospitalares.

Provavelmente, sua recomendação como classe IIB será revisada nas próximas diretrizes. Pequenos estudos recentes demonstraram a eficácia e a segurança do uso não diluído da amiodarona em PCR.

Dose e Administração: Na Parada Cardiorrespiratória:

 300mg em bolus lento (30 segundos a 2 minutos), diluído em 20 a 50 ml de Sg 5% ou NaCl 0,9%; pode ser repetida (uma dose adicional) de 150 mg após 5 a 10 minutos, caso manutenção da FV/TV sem pulso.

Observação: durante infusão da dose de manutenção, deve ser utilizada a solução glicosada 5%, em frasco de vidro ou ecoflac, para evitar aderência da droga ao frasco”.

Apresentação: Ancoron, Miodaron, Atlansil: ampolas de 150 mg (3 ml), comprimidos 100 e 200 mg, frascos (gotas) com 30 ml (200mg/ dia)”.

Atropina

“Droga vagolítica indicada na bradicardia e assistolia. Na PCR, a dose mínima é de 1 mg IV; em doses baixas, existe ação parassimpatomimética inicial por estímulo vagal central.”

Dose e Administração: Na Parada Cardiorrespiratória:

 1 mg EV a cada 3 a 5 minutos seguida de bolus de 20 ml, de água destilada ou SF 0,9%. Não exceder a dose total de 0,03 a 0,04 mg/Kg.

 2 a 2,5 mg diluídos em 10 ml de SF 0,9% via endotraqueal á cada 3 a 5 minutos.

“Na Bradicardia Sintomática”.

 0,5 a 1 mg EV. Não exceder a dose total de 0,03 a 0,04 mg/ Kg.

Apresentação: Atropina: ampolas de 0,25 e 0,5 mg “.

Bicarbonato de Sódio

Na parada cardiorrespiratória, a hipoperfusão tissular e pulmonar associada á hipoventilação resulta em acúmulo de gás carbônico (acidose respiratória).

A conseqüente acidemia diminui o limiar da fibrilação, reduz a contratibilidade miocárdica, diminui a taxa de despolarização espontânea do sistema de condução, diminui a possibilidade de sucesso da desfibrilação e atenua a resposta agonista beta-adrenérgica.

A administração de bicarbonato pode levar á alcalemia rebote, á acidose liquórica paradoxal, a aumento da resistência vascular cerebral, a edema cerebral, á diminuição do limiar das arritmias, á hipocalemia, á hipóxia tecidual (desvio da curva de saturação da hemoglobina para a esquerda), á hipernatremia, á hipofosfatemia, á hiperosmolaridade (elevação plasmática de 6 mOsm/L para 50 mEq de bicarbonato reposto equivale a 500 ml de SF0,9%).

O bicarbonato de sódio é indicado em acidose metabólica grave (bicarbonato abaixa de 12 mEq/L ou pH abaixo de 7,1), hiperpotassemia em prolongada ressuscitação, com atendimento inadequado.

Nessas circunstâncias, a dose de bicarbonato pode ser empiricamente administrada na dose de 1 mEq/ Kg ou baseando-se no estudo gasométrico.

Dose e administração:

 mEq/Kg reposição empírica até a chegada da gasometria
 Peso x 0,3 x excesso de base = repor 1/3 a 1/2do total.
 (24- Bic encontrado) x Peso x 0,6.

Administração: Ampolas e Frascos: a 10%: 1,2 mEq/mL

 Ampolas e frascos 8,4%: 1 mEq/mL.”

Cálcio
“O cálcio é fundamental para contrabilidade miocárdica. Entretanto, pode suprimir a atividade sinusial, aumentar o vasoespasmo coronariano e afetar adversamente arritmias induzidas por digital”.

Dose e administração:

 10 a 20 ml de gluconato de cálcio a 10%.

Apresentação: Gluconato de cálcio 10%: ampolas de 10 ml contendo 1g de cálcio.

Lidocaína


A lidocaína diminui o automatismo (retardo da fase 4 ou despolarização espontânea), aumenta o limiar de fibrilação, inibe a reentrada.

Anteriormente, era droga de classe Iib para o tratamento de FV e TV sem pulso; pelas diretrizes de ressuscitação do ano 2000, tornou-se droga de classe Indeterminada, ainda passível de uso, porém sem o mesmo suporte de evidência da literatura.

Doses e Administração


Parada Cardiorrespiratória (FV/TV sem pulso)

 Dose inicial: 0,75 a 1,5 mg/ Kg EV seguida de bolus de 20 ml de água destilada ou SF 0,9%.

Caso VF/TV refratárias á primeira dose: 


 1 a 1,5 mg/Kg seguida de bolus de 20 ml de água destilada ou SF 0,9% a cada 3 a 5 minutos até total de 3 mg/Kg.

 Caso Administração Endotraqueal: 2 a 3 mg/Kg em dose única diluída em 10 ml de SF0,9%.

Após reversão da arritmia, a dose de manutenção é de 2 a 4 mg/ minuto (30 a 50 mg/Kg/minuto), na seguinte diluição: SG 5% 200ml adicionando 50 ml de Lidocaína 2% ( sem vasoconstritor): nesta diluição teremos:

 15 ml = 1mg/minuto
 30 ml = 2mg/minuto
 45 ml = 3 mg/minuto
 60 ml = 4 mg/ minuto

Taquicardia Ventricular ou de Complexo Alargado de Tipo Incerto:

 Dose inicial: 1 a 1,5 mg/Kg EV em bolus.

 Doses repetidas de 0,5 a 0,75 mg/ Kg a cada 5 a 10 minutos; máximo de 3 mg/Kg.

Apresentação: Xylocaína 2% - frasco de 20 ml (20 mg/ml)”.

Procainamida

 Doses e administração: PCR: FV /TV sem Pulso 20 a 50 mg/ minuto (máximo 17 mg/Kg)

• Dose de manutenção
 pós-reversão da arritmia (1 a 4 mg/ minuto).

Atenção aos critérios de suspensão da droga:


Supressão da arritmia
hipotensão
QRS alargado mais de 50% do inicial
Dose máxima de 17 mg/ Kg atingida.

Apresentação: Procamide frascos – 5 ml (500 mg)”.

Sulfato de Magnésio
 Dose e administração: Parada Cardiorrespiratória

 1 a 2 g EV em bolus diluídos em 10 ml SG 5%.

 Torsade de Pointes com pulso 1 a 2 g diluídos em 50 a 100 ml de SG 5% em período de 5 a 60 minutos.

 “Manutenção: 1 a 4 g/ h EV (controlar através de dosagem seriadas de magnésio sérico). Apresentação: Sulfato de Magnésio 10% - 10 ml.”

Vasopressina


Indicações: Recentemente demonstrou tendência á equivalência á adrenalina em PCR FV / TV e superioridade nas assistolias extra-hospitalar.

O racional para explicar este fato parece ser sua maior resistência a meios ácidos, comuns no pós – PCR, em relação á adrenalina.

  “Dose e Administração: 40 U EV em dose única após os três primeiros choques seguida de bolus de 20 ml de água destilada ou SF 0,9%.

Apresentação: Pitressin frascos 80 e 120 U.''

4. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Segundo Guimarães, o atendimento da RCP deve transcorrer em um ambiente tranqüilo, sem tumulto, de modo que todos possam ouvir o comando do líder com clareza. Não há justificativas nem desculpas para um atendimento desorganizado, tumultuado e desrespeitoso entre a equipe.

“A postura ética e moral e o seguimento das leis do exercício profissional devem permear todas as ações de enfermagem durante o atendimento de emergência”.

De acordo com Guimarães, a equipe de enfermagem deve estar pronta para o formato de atendimento por fases que consistem em sete etapas: antecipação, entrada, ressuscitação, manutenção, notificação da família, transferência e avaliação crítica.

A fase da antecipação acontece antes da ocorrência da PCR e é fundamental para o bom encaminhamento das ações durante o atendimento. Nesta etapa, analisam-se os dados iniciais, reúne-se a equipe, determina-se o líder, delineia-se as responsabilidades, os equipamentos são preparados e checados e ocorre o posicionamento da cada membro da equipe.

Na fase da entrada, o primeiro membro da equipe a checar responsabiliza-se pelo posicionamento da vítima no leito em decúbito dorsal horizontal e início do ABCD primário, acionando a equipe e o carro de emergência, priorizando a chegada do desfibrilador.

“Assim que o líder chegar à cena do atendimento, deve apresentar-se à equipe e imediatamente avaliar o paciente, assumindo o comando do atendimento”.

“Na fase da ressuscitação propriamente dita, os elementos da equipe devem posicionar-se e iniciarem imediatamente as ações”.

“A divisão da equipe de enfermagem e suas atribuições é prerrogativa de enfermeiro e deve ser realizada respeitando-se a disponibilidade de recursos humanos da unidade”.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento que adquiri realizando a monografia sobre o tema assistência ao paciente em situação de RCP foi muito importante.

Os conhecimentos técnicocientíficos, com base na bibliografia pertinente identificam condutas para obtenção de um atendimento com sucesso.

As principais diretrizes para realizar com sucesso um atendimento de urgência/emergência são: o treinamento de pessoas leigas, a nível extra-hospitalar, e a nível intra-hospitalar, e o treinamento de profissionais de enfermagem para o reconhecimento precoce de sinais e sintomas de PCR, com uso adequado de precauções-padrão.

O conhecimento técnico - científico atualizado de toda a equipe de saúde, bem como a previsão e provisão de recursos materiais possibilitam a intervenção com agilidade e precisão, o que determina o sucesso de um atendimento.

A pesquisa científica, em relação a esse tema, ainda é pouco explorada, sendo necessário que, no futuro haja um maior investimento pelos enfermeiros assistenciais e da academia.

Realmente é um tema que os profissionais de saúde conhecem, mas existem muitas lacunas e pesquisas a serem realizadas. Sabemos que atualmente, os profissionais de saúde extra-hospitalar têm conhecimento e familiarização com a situação RCP melhor do que no ambiente intrahospitalar.

Os profissionais precisam estar mais preparados para situações de estresse e decisões rápidas. Um atendimento organizado, com distribuição de funções e análise sobre os pontos negativos de um atendimento de RCP estressante, alivia e estimula a equipe para que, no próximo atendimento ofereçam um melhor desempenho positivo.

O enfermeiro é o elemento principal no atendimento de uma RCP, ele necessita manter-se informado e treinado, obtendo sucesso e entrosamento entre a equipe.

A educação continuada traz ao enfermeiro uma segurança maior no atendimento, com aprofundamento do seu conhecimento, o que propicia satisfação profissional e qualidade no atendimento ao paciente em situação de PCR.


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